A Distonia e a Marijuana, estudos e tratamentos

Conheces o nome Distonia? Provavelmente se não és um dos muitos afectados, não. No entanto é o terceiro transtorno do movimento mais comum do mundo. Os sintomas desta doença de origem neurológico são uma tensão muscular fora do normal e também contracções musculares involuntárias que produzem muitas dores. Neste artigo contamos-te tudo o que sabemos sobre a Distonia e a marijuana e os seus tratamentos.

A Distonia

Ainda que se agrupe num só nome, a Distonia é um conjunto de doenças neurológicas que têm em comum os seus sintomas, a tensão muscular anormal, as contracções e, até, torções involuntárias.

Sabemos que todas estas doenças que provocam estes sintomas têm a sua origem no sistema nervoso central, provavelmente nos núcleos da base, ainda que esta informação carece de confirmação plena.

Nos casos mais severos de Distonia podem observar-se, claramente, os efeitos no cérebro, concluindo os investigadores que se trata de uma disfunção do tipo químico, o que é alentador no momento de enfrentar e desenvolver tratamentos efectivos.

Tipos de Distonia

Existem vários tipos de Distonia documentados, o primeiro é a IDT, Distonia idiopática de torção. Geralmente começa a uma idade muito precoce, aparecendo numa das extremidades para seguidamente passar a outras partes do corpo e extender-se. A grande maioria dos casos têm origem genético hereditário mas, em alguns casos, o aparecimento é espontâneo.

As Distonias X costumam na sua maioria afectar, curiosamente, a jovens do sexo masculino nas Filipinas, aparecem de forma moderada e vão-se agravando com os anos, muitas vezes unidas a outras doenças como o Parkinson.

Distonias Dopa responsives, também aparecem nas idades precoces ou na adolescência, neste caso a grande maioria no Japão, ainda que se encontraram também casos nos EUA e na Europa. O seu nome deriva do tratamento com di-hidroxi-fenilalanina que tem um efeito positivo nesta doença, podendo levar à sua remissão completa em alguns casos.

Por outro lado temos as Distonia focais, que são mais concretas e se dividem em 6. Cãibra de escritor, que como indica o seu nome afecta durante a escrita e para ao terminar esta tarefa. Blefaroespasmo, no qual os olhos se fecham fortemente de forma involuntária, durante minutos ou horas. Cervical, no qual se produzem movimentos ou torções involuntários de pescoço e cabeça. Bucal, que afecta as cordas vocais e modificam a voz, a respiração e a pronunciação. E a hemifacial, na qual determinados músculos da cara se contraem.

Em último lugar estão as Distonias secundárias, as quais podem acontecer por golpes ou uma pequena falta de oxigénio no nascimento. No entanto podem estar, também, associadas a doenças como a esclerose múltipla.

Estudos sobre Distonias e a maconha

No ano 2002 publicou-se um caso de estudo na conhecida revista de investigação The Journal of Pain, no qual se estudou o caso de um paciente de meia idade. Este paciente indicou que, na escala, que a dor que sofria era de grau 9 (o que se considera muito alto dado que o máximo está em 10) e depois de consumir marijuana fumada o mesmo paciente indicou, na mesma escala, uma dor de 0, o que significa uma total ausência de dores. Depois de consumir a maconha fumada não necessitou de nenhuma outra medicação em 48 horas, os investigadores tinham realizado múltiplas provas com este paciente e concluíram: “Nenhum outro tratamento de intervenção até à data permitiu uma melhoria tão substancial do estado do paciente”. Neste link podes consultar o estudo completo.

Durante esse ano, no European Journal of Pharmacology foi publicado outro estudo imporaten sobre a Distonia e a maconha intitulado Effects of pharmacological manipulations of cannabinoid receptors on severe dystonia in a genetic model of paroxysmal dyskinesia. Neste estudo provaram que diferentes canabinóides em ratos de laboratório afectados por diversas Distonias. Os resultados foram alentadores, podendo ser constatado uma importante melhora provavelmente explicada dado que os canabinóides produzem um efeito modulador dos diferentes sistemas de neurotransmissores localizados nos núcleos base. Link para o estudo.

Continuando de forma cronológica, o seguinte estudo sobre a Distonia e o canábis foi em 2004, neste caso na Alemanha. Um grupo de investigadores de medicina de Hannover realizaram um estudo com uma dose única e um placebo de controlo com um músico profissional de meia idade. Administraram-se 5mg de THC por via oral ao paciente e, duas horas depois, foi capaz de tocar uma peça de piano, a qual não lhe tinha sido possível tocar antes do tratamento. O estudo pode ser visitado aqui.

Também em 2004 foi publicado outro estudo na revista Movement Disorders, uns investigadores da Argentina constataram uma melhora clínica significativa num indivíduo de 25 anos de idade. Neste caso a forma de administração foi mediante inalação. O estudo pode ser visitado no seguinte link.

Conclusão

A Distonia está catalogada como uma doença rara, no entanto afecta mais pessoas do que parece. Existem muitas investigações em desenvolvimento e grupos de ajuda de pessoas afectadas, neste link poderás encontrar informação oficial útil sobre esta doença.

Por outro lado, as investigações sobre os tratamentos da Distonia e a maconha parecem reveladoras, no entanto ao ser uma planta controlada pelas autoridades as investigações avançam de forma mais lenta. Desde Experiencia Natural revelamos sempre tudo o que sabemos sobre a maconha e os seus efeitos benéficos para diferentes doenças, no entanto recomendamos que consultes a um especialista antes de realizar qualquer tratamento. A informação publicada neste blog nunca deve ser assumida como um conselho ou uma prescrição médica.

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https://www.youtube.com/watch?v=W5GEgXirUpc

Igor Vieira

Licenciado en Biología Molecular, gestor de contenidos y responsable de tienda en Experiencia Natural. Viviendo la vida, hablando de Cannabis Sativa, padre. Número de colegiado es 20787-X.